sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TALRAND, INVOCADOR CELESTE

Saudações a todos aqueles que se interessam pelas historias relacionadas as cartas de Magic: the gathering. Como vocês sabem o objetivo é traduzir para o público lusófono as publicações da wizard disponíveis somente em inglês. Depois de muito tempo sem publicar nada, decidi retornar com uma proposta interessante: Publicar as historias disponíveis sobre as lendas de M13. Para começar, a historia publicada semana passada da lenda mais popular até agora: Talrand ! Especialmente para o Breno que levou o Game day acreditando na carta: O invocador celeste !!!

"O corpo enorme do Baloth se mexeu ainda uma última vez nas mandíbulas de KALYNTRI, seus olhos vidrados se alterando da fúria e do medo que marcaram seus últimos momentos, para a resignação trôpega com a respiração e a sobrevivência. Assim que os olhos da besta se fecharam, KALYNTRI fincou as presas no torso do Baloth, lascas de ossos da proteção da fera voaram como varas sendo arremessadas assim que o belo sangue e a carne começavam sua apressada caminhada através da garganta do dragão.

KALYNTRI  parou de comer para rugir seu triunfo por todo o céu e mar. Ele queria que Talrand ouvisse, onde quer que o maldito Tritão estivesse. Talrand havia proclamado claramente que toda Kapsho era agora seu reino e todos os seus habitantes estavam sob seu comando. "As caçadas de KALYNTRI haviam chegado ao fim", disse Talrand, e o dragão deveria ajoelhar-se e jurar fidelidade, deixar os mares de Kapsho ou morrer."SEU reino" ?! KALYNTRI iria provar o gosto da medula de Talrand.

O dragão olhou para os outros Baloths que se agrupavam em largo circulo de costas uns para os outros. Eles eram ferozes predadores, acostumados a dominar, ainda assim eles sabiam que não podiam desafiar KALYNTRI. A lei da superioridade era natural a todos e seguida por centenas de anos em todo o seu domínio, seguida por "quase" todos pelo menos. Os Baloth debandaram da clareira, retornando para baixo das árvores que formavam a paisagem da ilha onde viviam. KALYNTRI arremessou para o alto o que sobrou da carcaça do Baloth e abriu sua boca de modo a engolir inteiro aquele corpo quando caísse. Sua barriga finalmente cheia, ele partiu em direção aos céus para observar os seus domínios.

E que belo domínio ele possuía. Kalyntri havia sido o governante dessas partes dos mares de Kapsho  por mais de 300 anos. Cercadas por imensas ilhas no Norte e no Sul, com milhas e milhas de arquipélagos e praias, seu domínio formava um perfeito território para caça que supria todas as necessidades do voraz dragão. Assentamentos humanos acabavam por se formar nestas ilhas, mas quando eles começavam a crescer KALYNTRI os destruía. Os tritões também já ousaram se meter nas caçadas dele, mas eles desciam tão rapidamente pela sua garganta como seus outros  súditos.

Talrand havia sido a primeira nota desafinada, naquela que já foi uma harmoniosa melodia de poder e alimento por todos esses anos. Talrand havia aparecido pela primeira vez a um ano atrás numa das varias cavernas que KALYNTRI utilizava como covil em suas ilhas. Apesar de ser um tritão ele parecia tão confortável em terra como se sentia na água. Mais perceptível ainda era a forte energia que parecia emanar dele. Um mago. E um dos "bons" ao que parecia. Mais incomum e mais ofensivo a KALYNTRI era o fato de como as dragonetes o seguiam por todo o canto, como que empoleiradas em seus ombros. KALYNTRI havia ouvido as exigências do tritão por alguns segundos antes de responder com uma baforada incandescente que inundou as cavernas com chamas. KALYNTRI não esperou que o mago morresse tão facilmente e não havia ossos nem cinzas onde o tritão estava parado. Ele se fora e o problema dele e das dragonetes continuava.

Os dragões e as dragonetes, "os primos pequenos", sempre tiveram uma relação conflituosa. As dragonetes temem seus "parentes maiores" e a óbvia superioridade dos dragões. Mas o que lhes faltava em poder eles possuíam em número. Para si próprios e para o mundo elas eram dragonetes e estavam em todo lugar. Catadores vorazes, elas caçavam em bando, usando seus crescentes números para derrotar uma presa não preparada pra isso. Mas as que KALYNTRI mais odiava eram aquelas que abdicavam de qualquer pretensão de liberdade, tais as que agora serviam esse "recém-surgido" Talrand.

O que Talrand havia feito para convencê-las a servir? Com certeza "as pequeninas" sempre invejosas do poder serviam aqueles que o possuíam; o próprio KALYNTRI já havia possuído servos anos atrás. Mas a quantidade e a fidelidade que Talrand possuía surpreendeu o dragão. De qualquer forma, não importava quão poderosa era a mágica de Talrand, seu reino findaria de uma maneira sangrenta assim que sua cabeça fosse arrancada de seus ombros e mastigada como um delicioso petisco. Agora KALYNTRI só precisava encontra-lo.

O dragão sobrevoava os mares de Kapsho, suas asas completamente abertas, o Sol refletido nas escamas metálicas que cobriam sua cabeça e costas, ele sabia que deveria ser uma visão aterradora. Um cometa vermelho cortando o azulado do céu e do mar. A muito tempo ele não era desafiado. Talvez fosse bom para seus tolos servos verem ele derrotar algum pretensioso oponente de vez em quando. Já fazia tempo que KALYNTRI não mostrava seu verdadeiro poder.

Perdido em pensamentos KALYNTRI, quase não viu uma solitária nuvem de tempestade bem à frente. Uma única e pequena nuvem de tempestade que contrastava com o outrora infinito céu azul. No ar ele sentiu um sensível cheiro de chuva, como se uma tormenta tivesse acabado de passar. Assim que ele diminuiu a altitude de seu voo, ele pode ver um pequeno grupo de ilhas que despontavam na superfície da água, bem abaixo da nuvem carregada. E lá no meio da ilhas, na água ele viu um homem. Não... ele estava SOBRE a água. Não era um homem, mas um tritão!

Pelos deuses, Talrand era suicida ? Ou talvez simplesmente tolo e inconsequente ? KALYNTRI nunca entendia como essas raças inferiores raciocinavam. Ele voou baixo, atento, não desejando perder Talrand como havia acontecido da primeira vez. Mas desta vez Talrand havia escolhido o vasto mar aberto. Sem lugar pra correr ou se esconder. E se Talrand achava que podia mergulhar e fugir... KALYNTRI já havia se alimentado de varias criaturas deliciosas que pensaram que o mar profundo era refúgio suficiente.

Talrand estava de pé sobre a água, pequenas bolhas continuavam a emergir da água sob seus pés, mantendo-no sobre a superfície do mar. Não havia dragonetes por perto. Não que umas poucas dragonetes fossem fazer alguma diferença. KALYNTRI já havia vistos muitos tritões ao longo de seu reinado e não havia nada de fisicamente notável em Talrand, nada que indicasse claramente o por que de ele ter pretensões de grandeza. Claro que não se via tritões com poderes mágicos como aqueles que Talrand parecia possuir, mas mágica não é suficiente para deter um dragão enfurecido.

O tolo levantou a mão. KALYNTRI achou divertido. Ele queria ouvir as ultimas palavras d'aquele  fantoche de carne igual a tantos outros. Ele pousou à uma pequena distância do mago de pele azulada, suas narinas deliberadamente soltando nuvens de fumaça."Sinta o calor crescendo. Sinta sua morte inevitável". KALYNTRI não havia decidido se comeria ou iria incinerar Talrand. As duas opções lhe trariam muita satisfação. Talrand encarou o dragão e em seu rosto não havia sinal de medo. Nada que indicasse sua percepção do destino aterrador que o aguardava. KALYNTRI estava impressionado com a capacidade do mago de se iludir.

"Eu não queria ter que matar você. Eu desejei muito encontrar um jeito de utilizar você de uma maneira mais produtiva. Sua força e capacidade de predação são ambas grandes qualidades. Eu pesquisei varias formas de manter você vivo. Temo que nenhuma delas seja viável." Talrand falava com uma voz calma e racional. Uma voz forte. Obviamente acostumada com a liderança. Mas era a voz de um homem louco. Em breve a voz de um homem morto, pois a ira de KALYNTRI aumentava com cada respiração carregada de calor e fumaça.

"De fato, assim que analisei você e suas características mais atentamente, eu quase o invejei. Você foi feito para caçar aqueles mais fracos que você. É uma vida simples, na qual você é muito bom, sem dúvida. Infelizmente, eu fui feito para realizar atividades mais complexas. Aprendizado. Análise. Compreensão. E uma vez que eu compreendo algo-- seja um encanto, um sistema, uma cultura, o MUNDO---- eu devo tornar esse "algo" melhor. Por quê eu não o faria? Sim, as vezes, eu desejaria ser só um predador."

KALYNTRI rugiu e sua fúria incandescente se tornou chama fervente que num clarão vermelho, queimou todo o ar e a água que tocava. "Ele vai queimar." Mas naquele momento, Talrand já havia se mexido, correndo pela água circundando o dragão, e uma névoa apareceu se espalhando por todas as direções. KALYNTRI havia ouvido um estranho "eco" assim que Talrand invocara a névoa mas ele não deu atenção a isso enquanto partia como uma bala atrás da figura evanescente de Talrand. Nesse momento, colunas titânicas feitas de água emergiram da superfície do oceano e formaram "chicotes" que atingiam as asas do dragão de modo a fixa-lo num mesmo lugar. Outro "eco" estranho surgiu na mente do dragão.

KALYNTRI se livrou das amarras de água e subiu a toda velocidade para escapar da névoa que nublava a visão naquela altitude. Lá de cima, ele viu uma figura humanoide pequena na superfície envolta na névoa e partiu para o ataque. Talrand olhou para cima e viu o veloz dragão vindo em sua direção. Nesse momento, ondas e ventos surgiram para protegê-lo do ataque iminente. Eles quase não foram suficientes para desacelerar o dragão, pois ele soltou uma baforada incandescente mirando a cabeça de Talrand. A essa distância, o mago não tinha tempo para reagir e uma muralha de água se ergueu, chocando-se com o cometa flamejante e quase defletindo o ataque.

KALYNTRI desacelerou. E girou sua cauda, mais rápida que um pensamento,  chicoteando pelo flanco da muralha de água, atingindo Talrand com um uma pancada forte e o mandando pelos ares através da superfície do mar. Quando ele já se virava para persegui-lo percebeu que a superfície da água possuía pequenos círculos em vários locais diferentes de modo a ocultar o local onde Talrand havia caído e com isso, diminuir a velocidade mortal do predador. Outro "eco". "Eu vou mastigar a cabeça dele!" O dragão partiu velozmente na direção do mago e somente uma fraca e recém-invocada muralha de água impediu que o dragão acertasse Talrand com toda a força. O impacto do ataque arremessou Talrand através da água novamente e ele acabou prostrado na praia de uma das ilhas próximas.

Talrand se arrastava de costas, ensanguentado, lutando para se por de pé. KALYNTRI se aproximou e sorriu. Tendo saboreado esse momento em seus pensamentos por um ano inteiro."Esse é o resultado de se desafiar a força."O dragão encolheu as asas lentamente, pousando próximo a figura caída e derrotada, preparando-se para descer e comer.Talrand levantou a cabeça e disse, com uma voz estranhamente forte e ainda confiante: "Tenho um presente pra você dragão. Eu te trago---- e nesse momento ele parou e olhou para o céu. Uma sombra cobriu seu rosto como se algo ficasse entre seu corpo e o Sol---- chuva!"Outro eco. KALYNTRI virou seu longo pescoço na direção do céu. A nuvem de tempestade que marcou o lugar onde Talrand o esperava, agora se aproximava e de dentro dela, compridos e grossos pingos de chuva se precipitavam do alto. Ele se virou novamente para saborear a carne do maldito tritão que falava demais, mas foi impedido por uma dor excruciante que sentiu quando algo rasgou a membrana de sua asa esquerda.

KALYNTRI rugiu de dor. Ele olhou ao redor e finalmente percebera que a nuvem não estava vertendo "compridas" gotas de água. Não havia nuvem... Eram dragonetes. Os ecos. Eles estavam reunidos naquele ponto no céu. Dezenas deles. Muitos para se contar e agora com um único alvo: KALYNTRI. Outra dragonete passara e levara sua orelha esquerda. Quando ele tentara prende-la em suas presas ela desviou e escapou. Ele lançou uma baforada de chamas que não atingiu nenhuma delas que já se agrupavam ao seu redor escapando de seus ataques.

 As dragonetes iam e vinham procurando locais para arranhar e morder KALYNTRI. A maior parte do corpo do dragão era coberta por uma proteção natural mas não inteiramente. Logo, o ar ficou tão cheio de dragonetes que só restou a ele esmagar e atingir desordenadamente seus agressores. Mas para cada  uma dragonete que ele matava, outras dez estavam sugando o sangue do poderoso dragão. De repente ocorreu ao dragão que ele estava... perdendo.

Seus olhos se abriram em medo e ele buscou fugir para o céu."Esses vermes não podem me alcançar lá nos céus." Uma imensa coluna de água atingiu o corpo do dragão e ele caiu prostrado na areia da praia sem poder se mexer. Ele lutava para se levantar, mas era em vão."Perdi muito sangue..." E as dragonetes não paravam de arranhar, mastigar, picar e morder. Ele tentou invocar novas chamas, mas elas se espalhavam e se dispersavam sem atingir nada. Ao seu lado, ainda estava Talrand, machucado e sangrando, mas confiante e extremamente calmo. KALYNTRI queria mastigar os ossos do maldito! Ele começou a se arrastar na direção dele, mas a cada segundo era mais difícil.

O dragão então viu uma dragonete maior que as outras pousar na praia bem ao lado de Talrand. Ele fez um carinho no rosto dela e ela emitiu sons baixinhos. Ela então se virou para o dragão e havia uma fome indisfarçável naqueles olhos, uma fome que ele próprio possuía a não muito tempo. "Ou já fazia uma eternidade?"

A dragonete olhou de volta para Talrand e ele assentiu:

"Como prometido. Servir a mim significa o fim da tirania do dragão! Sirvam-se da carne dele." A dragonete partiu na direção de KALYNTRI e olhou fundo em seus olhos. Antes preenchidos com a fúria e o medo, agora se focavam em manter as necessidade de seu corpo, como respiração e sobrevivência. A dragonete sumiu da visão de KALYNTRI e ele sentiu a mordida em seu pescoço desprotegido. E ele o sentiu partir. Os olhos do dragão se fechavam..."

Essa é uma tradução sem fins lucrativos do texto original em inglês de Ken Troop, publicada no dia 1 de agosto de 2012 no site da Wizards of the coast. Todos os nomes, imagens, personagens e o próprio texto são de propriedade da wizards.

Aí está! a história do invocador celeste como prometido e publicado pela própria Wizards. Próxima semana tenho uma enquete pra fazer: Krenko ou Odric ??? Coloquem nos comentários a escolha de vocês!!! um abraço e até a próxima viagem !!!

EXEMPLAR CAVALEIRO.










  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A BATALHA DO FORTE KEFF

Olá a todos os andarilhos dos planos !!!  O artigo que irei traduzir hoje, como o anterior, vai nos aproximar de outra figura bem popular na história recente do Magic: Gideon Jura ! Infelizmente não poderei postar a origem e o começo da trajetória deste poderoso guerreiro "HOJE". A primeira aparição dele foi no romance "O Fogo purificador" de Laura Resnick, e eu ainda não tenho o livro e nem achei muitas coisas dele na net. Mas sem problema !!! Vou passar pra vocês uma história tão ou mais interessante do que as primeiras aventuras do planeswalker branco: A última vez em que ele foi visto oficialmente e o motivo pelo qual eu acredito seriamente em seu "RETORNO A RAVNICA".

 Mas primeiro uma introdução: Gideon foi introduzido no romance como um caçador de recompensas, Perseguindo Chandra Naalar(a protagonista do livro) através do Multiverso. Um jovem com um passado obscuro e criminoso, adotado posteriormente por um Hieromante, o jovem Gideon descobriu o valor e o poder da honra encontrada no Mana branco. No romance, ele persegue Chandra por comando da "Ordem de Heliud", uma organização de adeptos do Mana Branco que queriam Chandra morta. Depois de descobrir as verdadeiras intenções da "Ordem", Gideon abandonou sua caçada e ele e Chandra partiram cheios de mágoas entre eles.

Depois de um tempo, ele lamentou a maneira como as coisas haviam terminado e começou a procurar no Multiverso pela Maga vermelha. Depois de seguir os rastros dela por muitas semanas, ele descobriu que ela havia sido vista em Zendikar, o plano onde o mana era tão selvagem que a própria terra se movia. No entanto ao chegar em Zendikar, ele não encontrou nenhum sinal da Piromante. O hábito que Gideon adquirira de Proteger os outros acabaria por levá-lo em direção ao perigo novamente...

"O rastro de Chandra morria em uma seca e estéril passagem montanhosa na cordilheira de Akoum, e ele não sabia mais o que  fazer. Gideon cogitou transporta-se desse mundo hostil e cruel neste exato momento, mas ele estava exausto, depois de rastreá-la por dois dias( e ter quase morrido em diversas ocasiões) e ansiava por uma boa noite de sono ou o mais próximo disso que ele pudesse arranjar no inóspito mundo de Zendikar.


A luz do dia já estava no fim, e ele retornou pela trilha na montanha até um acampamento cercado por altas muralhas naturais, onde ele havia passado mais cedo naquele dia. O soldado no portão estava relutante sobre admitir a sua entrada depois do por-do-Sol, mas Gideon ressaltou que o Sol ainda se mostrava acima das enormes encostas que circundavam o acampamento. Finalmente, o soldado Grisalho o deixou passar com um rude: "Bem vindo ao forte Keff, o refúgio  mais seguro das Akoum."


Não havia muito para se ver em Keff, mas ele era bem protegido. O baluarte havia sido construído na boca de uma ravina e por isso ela era protegida em três lados por encostas. Dentro do forte, a maioria dos habitantes viviam em grosseiras habitações encostadas nas rochas. Os exploradores e os caçadores eram bem-vindos e podiam armar suas barracas sob a pedra que cobria o acampamento e o protegia de ameaças aéreas. No fundo da ravina havia um rio veloz que corria e desaparecia em um túnel na montanha. Uma fonte inesgotável de água que era um suprimento crucial para a longevidade do refúgio.


Depois de conversar com alguns habitantes, Gideon descobrira que o Forte fornecia suprimentos para uma renomada escola de curandeiros, que cultivavam ervas em jardins estabelecidos ao longo das margens do rio. A população do Forte era incrivelmente jovem. muitas tribos enviavam seus filhos para viver na relativa segurança de Keff.


Depois de pagar por uma gorda canela de carne salpicada, Gideon sentou-se próximo a um aventureiro cicatrizado chamado Trafe, que ofereceu a ele um lugar próximo ao fogo. Enquanto comiam, Trafe provou-se um homem bem versado na arte de contar histórias e entretia  a todos com contos mirabolantes de suas várias aventuras como um explorador a serviço da "Casa exploratória de Akoum".


"---- E então a runa na pedra que era a chave explodiu !!! Ao menos consegui tirar minha cabeça do caminho !!!----" Trafe disse, rindo. Ele retirou a sua luva e mostrou a Gideon o buraco que existia no meio de sua mão.


"---- Eu acho que nunca vi um buraco no meio da mão de um homem."---- Gideon disse a ele."---- Pelo menos não na mão de um que ainda respirasse."


"---- Sim... Devia haver algum encanto naquela armadilha. E que agora está no ferimento, eu diria.----" Trafe respondeu."----" Ao menos temos o amuleto !!! Danem-se os caras que armaram aquilo, porque não me pegaram !!!"


Logo, o tom da conversa mudou. Trafe começou a contar a Gideon historias pertubadoras que eram espalhadas pelos refúgios em toda Zendikar. As coisas estavam ficando estranhas. A terra estava mais imprevisível do que nunca, o que era muito, considerando o quanto o terreno geralmente já mudava. Gideon já havia experimentado cair num redemoinho, quase não escapando com vida de um colossal turbilhão que varreu a passagem na montanha tão inesperado quanto uma tempestade de neve em um deserto.


"----Qual a razão de tal mudança ?"---- Gideon indagou.


"---- Alguns acham que a terra está zangada."---- Trafe respandeu.


"----E o que você acha ?"---- Gideon perguntou.


Trafe ficou quieto por um longo tempo. Então ele olhou ao redor como um homem que tem algo a esconder. "Você parece um homem viajado. Já deve ter visto coisas estranhas com certeza. Então talvez não me julgue se eu parecer um pouco... confuso. Eu já explorei muito esse mundo e já fiz coisas que ainda me assombram. Mas o que eu vi a dois dias atrás...


Trafe parou. Seu rosto ficou palido e suas mãos tremeram. Gideon se preocupou e deu a ele um gole d'água. Ele bebeu profundamente e então continuou a história.


"----Eu não costumo me aventurar aí fora sozinho. É melhor com companheiros, sabe. Mas eu conheço as montanhas por aqui. Eu estava caçando javalis no bosque Jaddhi, bem abaixo da cordilheira do "Dente Serrado". Então de repente, o mundo escureceu ! Não era como se a noite tivesse caído, mas como se eu tivesse sido jogado em um caixão e deixado pra morrer. Ainda assim, eu estava acordado. Eu admito que me desesperei. E sair correndo ás cegas foi muita estupidez. E eu me esborrachei em algo duro. E eu não me lembro de nada... até acordar em um campo de carne."


Gideon mexeu sua cabeça, surpreso:---"Carne ?!?! Tipo, pele ?!?!?!"


Trafe bebeu outro gole de água." Eu sei que parece impossível, mas o bosque havia se tornado uma extensão de carne e ossos e nervos todos cobertos por um pó amarelo que queimou meu nariz e olhos.Um pó que transformava o horizonte em cor de açafrão. Havia restos de pele ensanguentada e cabelos presos a minha roupa mas eu não estava ferido. Eu corri pelo meio da carnificina e do amontoado de corpos que chegava até o joelho. Escalei a cordilheira e ao olhar por sobre ela vi que o mundo ainda era uma paisagem selvagem e exuberante. Mas atrás de mim o que jazia lá embaixo era algo inimaginável... NASCIDO DA LOUCURA !"


Gideon pensou na história que ouvira." Não foi uma ilusão, suponho!"


Tafre balançou a cabeça miseravelmente." Eu ainda posso sentir o gosto do sangue. Aquele pó penetrou minha pele. Eu não paro de pensar o que seriam aqueles corpos."


Naquela noite, Gideon sonhou com Chandra coberta por uma pira branca. Ela gritava. Não, ele percebeu que o grito vinha de fora do sonho--- Um urro animalesco de dor e medo. Gideon estava de pé antes de estar completamente acordado. Ainda era noite, Mas o povo se amontoava na beirada da ravina para observar uma criatura ferida rastejar pela margem do rio. Tinha o corpo largo e volumoso, mas era humanoide. Tinha uma testa larga e ombros musculosos e inclinados. Suas características eram vagamente aquáticas, mas não parecia com os tritões que Gideon havia visto em Zendikar. Depois de derruba-lo a pauladas, os soldados jogaram uma rede pesada sobre ele, enquanto ele resmungava em uma língua incompreensível.


"Você já viu uma criatura desse tipo antes ?" Gideon perguntou a Tafre, que surgia nesse momento ao seu lado.


"É um Surrakar !" Tafre respondeu. " A maioria de sua raça vive em Bala Ged, longe daqui. Não consigo imaginar como ele escorreu até aqui em Keff."


"É inteligente ?" Gideon perguntou enquanto observava os soldados arrastarem o prostrado Surrakar até um jaula de madeira na frente do portão e o arremessarem grosseiramente dentro desta.


"Não ! São só feras !" Trafe respondeu.


Gideon esperou que a multidão se dispersa-se e ele ficasse sozinho com o Surrakar. Sua respiração era leve mas trabalhosa, ele fitava Gideon através de seus pequenos olhos negros. Mas parecia haver sentimento e inteligência por trás daquelas pupilas escuras,e Gideon começou a sentir pena da criatura cujo único erro havia sido emergir no lugar errado, na hora errada.


Gideon já se virava pra partir, quando a mão em forma de garra da criatura passou por entre as grades e tocou suavemente o braço dele.


"Os Deuses estão chegando !" Ele sussurrou. " Mate-me agora, por favor !!!"


Gideon não duvidou que o capitão da guarda de Keff era um homem honesto que levava seu dever muito a sério. Ainda assim, Ele havia conseguido ter uma amostra de seu lado ruim, apesar de seus esforços em ser o mais diplomático possível em uma situação que se deteriorava rapidamente. Refugiados chegaram ao já populoso refúgio durante toda a manhã. Ao meio-dia, uma multidão formada de mulheres e crianças chegou ao portão principal, Muitos feridos e todos horrorizados. Eles haviam fugido de um vilarejo onde todos os homens morreram enfrentando o que eles chamavam de "insetos-demônios". Nenhum deles parecia estar completamente são, algo que o capitão atribuiu ao medo, mas Gideon suspeitou que havia algo bem mais Sinistro por trás disso.


Ao menos, era o que ele tentava dizer ao capitão, que se recusava a ouvir Gideon e suas histórias sobre o Surrakar "falante". 


Gideon amaldiçoou a mente provinciana do capitão. Ele sabia que não era culpa do homem, Mas ele não conseguia explicar francamente para o oficial a importância do que o Surrakar havia dito.
 Ele passou horas tentando conversar com a criatura e o que ele havia conseguido entender de sua rudimentar língua era que os "Deuses" que seu povo já cultuou, não eram deste mundo. Eles haviam surgido do vazio sem cor, sem tempo e sem fronteiras. E a menos que alguém os detesse eles iriam "mastigar a carne e cuspir fora os ossos" de toda realidade. Parecia uma tradução grosseira mas Gideon entendeu a mensagem.


E somente um Planeswalker como ele entendia o que ele queria dizer com "vazio sem cor ou fronteira..."


" Eu tenho crianças gritando nos meus ouvidos !!!" o capitão bradou. " Sem falar que estamos ficando sem comida ! Só posso contar com um punhado de homens capazes, insetos demônios descendo as encostas com a única intenção de nos massacrar e você quer que eu fale com o "Homem-peixe". "Se não der o fora daqui vai dividir a cela com ele !!!


"Senhor!" Gideon disse. "Eu duvido que sejam só "insetos-demônios..." 


O capitão, já com o rosto vermelho, levantou a mão num sinal de que não queria mais ouvir nada."Se não vai me ouvir deixe-me ao menos ajudar. Eu já estive mais de uma vez no campo de batalha." Gideon falou.


O capitão deu a ele um sorriso cansado e disse: "Agora estamos falando a mesma língua !"


A batalha começou com o pó amarelo. A nuvem doentia varreu todo o refúgio no momento em que os trabalhadores terminavam de reforçar a muralha interior. Gideon estava na torre da guarda, quando foi engolido por ela. Ele caiu de lá em cima de uma plataforma e cobriu seu rosto com o braço. Ele lutou pra respirar n'aquele ar arenoso, o gosto ferroso de sangue cobria sua boca exatamente como Tafre havia dito. Uma imagem perturbadora de corpos queimando surgiu na mente de Gideon. Aquele pó, lembrava muito as cinzas desprendidas por uma pira ainda acesa.


Quando o pior passou, Gideon lutou pra se por de pé e percebeu que o inimigo Já havia chegado aos portões.


Legiões de criaturas já se chocavam com a muralha. Algumas delas caminhavam em duas pernas enquanto carregavam atrelados a seu corpo membros que lembravam garras. Outros escorriam como se estivessem de quatro patas, com vários tentáculos e antenas saindo de lugares aleatórios em seus corpos membranosos. Essas estranhas criaturas emitiam guinchos perturbadores que chegaram a ameaçar até a firme Determinação de Gideon. As criaturas pareciam estar parcialmente degeneradas, Sua pele segmentada de uma maneira assimétrica e gradeada em alguns pontos. Núcleos amarelados pulsavam de dentro de seus corpos, como se a cor chamativa fosse um deboche de sua natureza horrenda.


Eles forçaram a entrada no baluarte que tremeu sob as botas de Gideon. Os arqueiros em cima das  plataformas, recuperados depois do ataque da neblina, atiravam incessantemente uma saraivada atrás da outra. Mas as flechas deslisavam dentro das criaturas como uma faca faz quando corta manteiga quente e não estavam conseguindo diminuir a velocidade do ataque. Se Gideon não fizesse algo, Forte Keff estaria perdido. De seu cinto, ele removeu seu "Sural", sua arma que se assemelhava a um chicote de muitas lâminas. Fixou sua mente, até que todo o medo desaparecesse e os ensinamentos de seu mestre inundassem seus pensamentos. Então, Ele saltou em direção a batalha.


"Eu sou o centro." Ele pensou, enquanto permitia que o mana se dispersa-se em suas veias como vidro. Era como seu mestre dizia: "Poder e sacrifício só podem existir em comunhão, como um olho e o sentido da visão." A luz cobrirá meus inimigos e eles estarão cegos a todos, exceto a mim. Se um coração será perfurado hoje, que seja o meu !"


Quando água é despejada dentro de um funil, ela segue um curso inevitável em direção ao fundo por todos os lados. Foi exatamente isso que aconteceu quando as criaturas viraram sua atenção somente a ele. Os conhecimentos mágicos de Gideon ressoavam alto em sua mente---- uma distração necessária dos guinchos abissais, dos ataques que encontravam sua pele desprotegida, e de qualquer emoção que o pudesse prejudicar. Ele girou as lâminas de sua arma tão velozmente que o próprio ar se tornou espada. "Dor" ele pensou, "Eu posso senti-la, mas não vai me vencer." "Morte. Se chegou a hora, terei prazer em receber."


Os gritos dos soldados de cima da muralha, o acordaram de seu transe assim como a pilha de corpos róseos e ensanguentados crescia a seu redor. Logo, o Sural ainda permanecia e Gideon estava de pé, com as pernas tremendo e ferido. Machucado, mas vivo. 


E assim ele se lembrou de um dos conselhos de seu mestre: "A dor é bem vinda. A Morte inevitável. Mas a honra é a única herança que um homem deve deixar. 


Gritos de alegria explodiram de dentro do Forte. Uma escada de corda foi jogada lá de cima e os gratos habitantes do refúgio ajudaram Gideon a subir. Forte Keff estava salvo.


Então... "ELE" apareceu no horizonte.


Uma vez Gideon havia pedido a seu mestre que lhe ensinasse mais. Mais sobre as eternidades cegas, mais sobre outros planos, mais sobre tudo. Seu mestre sorriu: "Nenhum homem deve buscar conhecer aquilo que ele não entende."


Ali, no horizonte, havia algo que Gideon não entendia. Entorpecido, fantasmagórico, 45 metros de altura... Algo NASCIDO DA LOUCURA. ELE flutuava sobre a terra, seus braços estendidos arrastando-se por uma paisagem que se transformava em uma cratera arenosa á sua passagem. Á distância Gideon pode ver fendas no ar ao SEU redor, como se alguma energia vibratória pulsasse de seu núcleo criando ondas de choque. As montanhas ruíam como se fossem feitas de areia. O vermelho sugado das rochas, o azul roubado do céu. A vida se transformava em vazio.


Com um arrepio na espinha, Gideon percebeu que não poderia derrotar aquela ameaça. O mais poderoso mago não passaria de poeira ao vento. Enquanto observava aquele "Deus", ele percebia que o "Surrakar" falara a verdade. Aquilo era o caos das "Eternidades cegas" em forma física.


Atrás dele, o capitão da guarda estava de joelhos, murmurando baixinho. Gideon colocou o homem de pé e o forçou a virar o rosto pra longe da criatura colossal que espreitava á distância.


"Solte o Surrakar ! Ele vai guiar vocês através do rio subterrâneo. Pegue todo mundo e parta !"


"Mas para onde iremos ???" O homem chorou.


"O mais longe que puder." Gideon respondeu. "Vou buscar ajuda."


Do topo da muralha Gideon esperou que todos os sobreviventes estivessem fora de vista. Por um instante ele olhou para ELE uma vez mais, deslizando no horizonte.----Obliterando tudo em seu caminho. Sua impiedosidade tornava toda á vida em pó e areia. Não parecia haver propósito em suas ações. ELE era incansável, irracional e aparentemente invencível.


Gideon sabia que precisaria de muitos como ele para sobrepujar essa ameaça. Ele ouvira a respeito de uma organização que agia entre os planos. Uma organização de planeswakers. Ele iria até RAVNICA e os encontraria. Esperançoso de que houvesse ainda alguma Zendikar quando retornasse. Ele prometeu retornar. E se transportou de lá.


Essa é uma tradução sem fins lucrativos do texto de Jenna Helland, publicado no dia 31 de março de 2010 no site da Wizards of the coast. Todos os nomes, imagens, personagens e o próprio texto são de propriedade da Wizards, uma subsidiária da Hasbro company.

Aí está pessoal, o texto que "quase" comprova que Gideon estará em "Return to Ravnica". Um grande abraço a todos e desculpem a demora, vou procurar ser mais rápido da próxima vez ! valeu e até a próxima viagem.

EXEMPLAR CAVALEIRO.


  









    



















quinta-feira, 28 de junho de 2012

O SANTO, O GEIST E O ANJO

  Saudações planeswalkers !!! Como prometi vou postar agora a tradução do primeiro artigo do Blog. Nossa primeira viagem vai ser ao plano de Innistrad, o que é bom ,pois ainda estamos envolvidos em sua história e suas cartas. Hoje, você vai conhecer a história REAL de uma das figuras mais amadas ( e odiadas...) do bloco de Innistrad. Ele ! Que se faz presente em praticamente todos os formatos competitivos desde que foi impresso. Para a alegria de Daniel, Wandson, Dimmy e milhares de outros fãns ao redor do mundo: Santo Traft !!!






"Na sombria província de Stensia, infestada por vampiros, houve um homem chamado Traft."


"E as criaturas da noite tinham medo dele."


"Traft era um jovem sacerdote na Igreja de Avacyn. Forte e valoroso, ele exterminava todo tipo de criaturas malignas e era especializado no combate a Demônios na região da Boca Cinzenta( um abismo sulfuroso que levava direto as profundezas do mundo). Sua habilidade com a espada e seu talento com magia destruidora do mal eram renomadas, tão renomadas, que mesmo os anjos lhe prestavam reverencias. As hostes de guerreiros- Serafins da própria Avacyn confiavam em sua perícia e diversas vezes enfrentaram Demônios devoradores-de-almas junto com ele.


 Juntos, Traft e os anjos de Avacyn, percorriam toda a região da Boca Cinzenta, caçando e matando um Demônio atrás  do outro.
Os feitos de Traft se tornaram famosos e ele foi consagrado santo antes de completar 40 anos.Mas, como Santo Traft viria a descobrir, os Demônios em Innistrad não permanecem distantes por muito tempo... Matar um Demônio significava apenas fazer com que ele retornasse em uma outra forma após um curto período de tempo, e comumente cheio de rancor. Quando Santo Traft matava um demônio, o mana negro contido dentro deste se dispersava, e a segurança era restaurada nas aldeias próximas por um tempo. Mas quando o mana negro se agrupava em algum canto escuro da terra: Outro Demônio nascia.


Alquimistas e teólogos de Innistrad se perguntavam se a energia Demoníaca é eterna, em alguma quantidade imutável, capaz de assumir outras formas, mas sem nunca se dissipar...


A queda de Traft


Traft, o famoso matador de Demônios, acabou se tornando um espinho no pé das criaturas abissais. Se por um lado, a morte não era um obstáculo permanente para os Demônios, as continuas vitórias de Traft frustravam seus planos para corromper servos humanos, reunir almas sombrias e saciar sua sede por poder. 


Então, á maneira dos Demônios, eles prepararam uma armadilha... e tramaram sua vingança.


Uma noite, Santo Traft retornava para casa, para a vila humana de Granja Sombria em Stensia. A primeira coisa que notou era que havia um anjo de Avacyn empoleirado no telhado de sua pequena cabana, com espada em mãos, como se estivesse pronto para saltar e lutar. Os anjos costumavam acompanha-lo nas batalhas contra as forças infernais, mas nenhum deles jamais havia vindo a sua casa. Os amuletos grudados em sua porta haviam sido neutralizados e tinham marcas de garras. A porta jazia de lado, sua fechadura partida e destroçada. O anjo não falou, mas sua preocupação era clara: Ele estava pronto para matar qualquer coisa que surgisse da cabana subitamente. Traft apertou o simbolo de prata que jazia em seu pescoço preso em um cordão e saudou o anjo com um aceno de cabeça. Então ele entrou e fez uma terrível descoberta...
 Aberto em cima da pequena mesa de sua cozinha jazia um mapa de Stensia. Uma adaga dentada demoníaca estava fincada na mesa e transpassava o mapa em uma passagem montanhosa conhecida como "Olho da Agulha". Ao redor da faca, na mesa, haviam letras escritas em sangue:


                       VENHA- SEM ANJOS- OU TE ENVIAREMOS- OS RESTOS DELA.


Próximo das inscrições havia o dedo de uma pequena garota.
Traft jamais removeu a bainha do cinto. Ele se virou e partiu, fechando a porta cuidadosamente e começou a preparar seu cavalo para a viagem até o Olho da Agulha imediatamente.  Más ainda havia o anjo.


Um santo nunca mente. Mas ele sabia que deveria escolher um mal menor (mentir para um anjo), para impedir um mal maior(a morte de um criança). As escolhas sombrias o fizeram perceber que era trabalho de Demônios, tentando corrompe-lo.


Ele olhou para a guerreira angelical em seu telhado e disse: --- "Não é nada ! eu cuido disso. "


Ele cavalgou para dentro da escuridão, sem saber se havia sido claro.


O anjo havia sentido a mentira na voz de Traft, e também a sua pressa, mas preferiu confiar na habilidade do santo guerreiro. Ela faria como ele desejava e não o seguiu.


O Olho da Agulha era uma passagem que os humanos raramente usavam. Era habitada por Geists vingativos e vampiros sedentos de sangue. E Traft estava sozinho sem sua tropa angelical. Ele precisou usar sua magia divina para se proteger de uma nuvem de morcegos-esqueletos e teve que sacrificar seu cavalo para escapar de um vampiro que havia entrado em um frenesi por sangue. Mas ele chegou ao ponto mais alto da passagem: O coração do Olho da Agulha.


Ele viu um grupo de cultistas vestidos em robes. Seus capuzes cobrindo seus rostos. Eles dançavam  de maneira caótica ao redor de uma criança. Ela não tinha o dedo indicador esquerdo e seus olhos estavam virados. Com um movimento exagerado um dos cultistas a vestiu com o mesmo tipo de robe que eles usavam e se virou para Traft com om olhar malévolo. Antes que Traft pudesse agir, o cultista puxou de sua manga uma adaga dentada feita de ossos.


"Você chama seus anjos e ela morre." Disse o cultista.




Então, o líder dos cultistas sussurrou alguma coisa e conjurou um feitiço. Uma névoa escura feita de cinzas emergiu do solo, cobrindo a passagem na montanha com uma escuridão maligna. O tremor fez com que os cultistas e sua vítima sumissem na escuridão, deixando Traft cego. De dentro da névoa, Ele ouviu uma voz Hedionda, como se viesse do mais profundo abismo do mundo. 




Nesse momento Traft deveria ter chamado sua tropa de anjos. Eles viriam pelos céus, ouvindo seu chamado, um grande número deles, inundariam o pico da montanha com sua luz santa e espantariam o mal dali. 


Mas santo Traft não ariscaria a vida da pobre criança. Ele nem mesmo jogou um encanto de proteção temendo, com a prece a Avacyn, atrair a atenção do bando angelical.


Ele apenas sacou sua espada e caminhou em frente, forçando sua mente para lembrar onde a criança sequestrada estava e onde os cultistas estavam dançando. Dentro da névoa sua lâmina encontrou um cultista atrás do outro. Cada um deles gemia, em meio a palavras incompreensíveis quando seu corpo atingia o chão. Finalmente atingiu aquele que ele acreditava ser o líder dos cultistas, fazendo sua espada perfurar o coração do homem, deixando-o sangrar até a morte. Quando a neblina desapareceu.


Para seu grande alívio, a garota ainda estava lá. Os cultistas haviam colocado um encanto nela para que ela dançasse como eles e assim, se tornasse indistinguível do resto dos inimigos. Mas ele não havia tocado nela. Os corpos deles  jaziam ao redor.


Más para o desespero de Traft, sua mão não segurava sua espada, mas a adaga dentada que o lider dos cultistas portava--- e agora estava coberta com o sangue de muitos sacrifícios. Ele começou a ouvir a risada infernal de antes, ascendendo do abismo mais profundo. Traído e enganado. Forçado a fazer a vontade de um Demônio outra vez.


Ele jogou a adaga dentada no chão e este começou a se partir como se fosse feito de gesso. A adaga caiu em uma fenda e sumiu na escuridão.


Santo Traft correu até a criança, e pediu a ajuda de Avacyn para quebrar o encanto que os cultistas haviam lançado nela. Ela preguiçosamente retornava como se acordada de um sonho.


"O que aconteceu???--- ela disse."


"Vá !!!---- ele respondeu---- vá criança, corra pra casa !!!!"


Assim que a criança desceu o caminho que levava à aldeia, Traft encontrou sua espada guardada nas roupas do líder dos cultistas. Ele se virou para encarar a abertura que surgia e se expandia no solo. Chifres e um par de asas surgiam junto de um imenso corpo demoníaco, e então, finalmente, Santo Traft murmurou sua prece sagrada convocando a ajuda dos anjos de Avacyn.


Um anjo chegou, o mesmo que havia visitado sua cabana, mas ela estava atrasada. O Lord-demônio Whintengar havia destruído o santo vivo, o famoso matador de Demônios. O anjo, com a ajuda de mais guerreiros angelicais, baniu o Lord-Demônio atirando sua fúria sobre ele e o destruindo por algum tempo. Más o Santo Traft já não existia mais e Whintengar, não mais encarcerado por antigos encantos retornaria em breve.


O anjo foi consumido pela tristeza e o arrependimento, e o espírito de santo Traft queimou de revolta por ter caído em um esquema demoníaco. Depois de enterrado, ele nunca alcançou o sono abençoado e ao invés disso, retornou como um geist para atormentar o mundo.


Dizem que o fantasma de santo Traft ainda ronda Innistrad, próximo principalmente de Stensia, e nos arredores da Boca Cinzenta, o portão demoníaco que não fica muito distante do Olho da Agulha. Qualquer pessoa pode visitar o templo de Traft em Thraben e conseguir auxílio seja na forma de profecias ou bençãos.


Dizem que o Geist de santo Traft ainda ataca as forças demoníacas e outras criaturas da noite, parecendo a quem velo tão corajoso e zeloso quanto ele era em vida. Apesar de como um espírito ele não possuir os poderes divinos que possuía, dizem que sempre que ele aparece é possível ver um anjo não muito distante sempre o observando a distância e alguns afirmam, copiando cada movimento dele com os seus..."


Essa é uma tradução sem fins lucrativos do texto de Doug Beyer, publicado originalmente no site da Wizards no dia 14 de setembro de 2011. Todos os personagens, nomes, imagens e o próprio texto é de propriedade da Wizards of the coast. uma subsidiaria da Hasbro.


Aí está galera !!! A história oficial do santo Traft sem cortes ou suposições. muito Legal, me arrepiei aqui traduzindo isso pra vocês. Agora quando você enfrentar ou conjurar o Santo, você vai saber pelo quê ele passou. Maldito Whintengar 13/13 !!!!


Um grande abraço a todos os Planeswalkers e agente se vê na próxima viagem pelo Multiverso !!!!


Exemplar cavaleiro.
P s: Desculpem os problemas com as letras superiores ! Tive que fazer isso para poderem aparecer ! ;)










BOA VIAGEM !!!!

Saudações amigos planeswalkers !!!!  Gostaria de convidar todos aqueles apaixonados por Magic: the gathering a conferir constantemente  nesta página, artigos que contam os bastidores do nosso amado jogo do ponto de vista do "Flavour". A intenção é simples: Traduzir os textos que a Wizards publica oficialmente em inglês que contam as histórias dos personagens, dos terrenos, e de tudo aquilo que temos tão próximos de nós e que por falta de tempo, paciência ou pouca familiaridade com a língua Anglófona deixamos de lado. Ou seja: Sem textos originais !!! Teremos apenas traduções fiéis dos artigos que contam a história do mundo de Magic.
 Comecei no Magic à um pouco mais de 1 ano e o que sempre me atraiu no jogo foi o pano de fundo "fantasioso" e "místico" que ele proporciona. Ao me aprofundar no assunto descobri que quem cria os personagens, eventos e reviravoltas na história das edições são profissionais super qualificados, com experiência no ramo da literatura e fantasia. Achei muito legal descobrir e reconhecer o esforço desse profissionais nas imagens e textos das cartas e muitas vezes nas mecânicas do jogo. (Maldito "Gravecrawler" que não fica morto...).
Com o tempo passei a frequentar a loja de Magic da minha cidade( A red Dragon ) e conheci muitas pessoas legais e grandes jogadores. No nosso tempo livre ficávamos sempre discutindo sobre as coleções e o "Flavour" das cartas e era comum eu ouvir informações "erradas": O Gideon vai voltar em Ravnica !Ele é de lá !!!(falso) ou : Garruk deu uma pisa na Liliana olha aqui em "Triunfo da ferocidade"(na verdade foi o contrário!), então me dispus a traduzir os textos oficiais da wizards para meus amigos e quem não tem paciência pra ler o texto em Inglês. Espero que gostem e deem sugestões. Pensei muito em qual texto seria o primeiro desta tarefa e acho que deveria ser sobre algo que os jogadores estão vendo recentemente em seus campos de batalha. Posteriormente vcs podem sugerir alguma coisa e eu posso traduzir. No mais uma boa viagem pelos planos do MULTIVERSO !!!

Abraços !!!
Exemplar cavaleiro.